terça-feira, 1 de outubro de 2013

Hoje é dia de Santa Teresinha do Menino Jesus!


SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS
Frei Patrício Sciadini, ocd.
Desde o início, para não confundi-la com Teresa de Ávila, fundadora do Carmelo Descalço, acostumou-se a chamar a carmelita francesa, nascida em Alençon, França, em 1783, pelo nome de Santa Teresinha do Menino Jesus. Esta menina, que, desde pequena, sentiu-se fortemente atraída por Jesus Cristo e pelo Carmelo, “quis porque quis” ser carmelita aos quinze anos. Conseguiu entrar no Carmelo de Lisieux, onde, no silêncio, na oração, na austeridade de vida, chegou a ser santa.
A palavra que mais usa em seus escritos e que manifesta uma qualidade muito importante para todas as situações da vida é “QUERO”. Sua vontade educada na escola do Carmelo sabe ser firme nos propósitos assumidos. Já antes de entrar para a vida carmelitana, ela afirma que quer “ser santa e uma grande santa”. Conseguiu. É, sem dúvida, uma das santas mais conhecidas e famosas de toda a Igreja. Exerce sobre teólogos, bispos, papas e pessoas simples uma influência toda especial. Há em Teresinha um carisma singular: o da simpatia. Não é possível ler seus escritos sem sentir uma grande comoção interior por sua delicadeza, por sua linguagem terna e perfumada como as flores simples do campo que são cuidadas por Deus.
“Observai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam. Mas eu vos digo que nem Salomão com toda a sua glória se vestiu como um deles”(Mt 6, 28s).

Teresinha do Menino Jesus, por trás de sua simplicidade, esconde um caráter firme e decidido. No claustro do Carmelo vai encontrando o sentido escondido de sua vocação, do seu ser Igreja, do porquê da oração e da vida. É no silêncio que ela se faz palavra para o mundo, e é depois de sua morte que, como “missionária”, percorrerá todos os lugares do mundo, ensinando a amar a Cristo e educando-nos para um novo estilo de anunciar o evangelho: “a oração e o sacrifício”. Ousada em suas intuições, ela procura um caminho de santidade que todas as pessoas possam trilhar sem necessidade de penitências que são possíveis para poucas. É o caminho do “abandono e da confiança”, e, para que isto seja compreensível, em sua criatividade escolhe o símbolo do “elevador”, que, sem esforço, leva até os andares mais altos. Os braços de Jesus, sublime elevador, nos levam até o coração de Deus.
A espiritualidade da carmelita de Lisieux não está encerrada numa obra teológica orgânica; ela se encontra na narrativa de sua vida espiritual, com que ela sabe entrar em nosso coração. Não se trata de uma cronologia da vida, mas de momentos importantes do encontro com Deus, que vão acontecendo e que, mais tarde, ela sabe reler como mimos de Deus e, por isso, poderá cantar as misericórdias do Senhor.
Teresinha do Menino Jesus é o divisor entre uma espiritualidade “punitiva”, de um Deus que deve ser aplacado através de sacrifícios e de vítimas para que não envie sofrimentos e dores sobre a terra, e nosso Bom Deus, ávido por nossa salvação. Aquela primeira imagem de Deus não condiz com sua confiança e sua experiência do pai humano que teve. Ela será assim capaz de descobrir que Deus necessita, sim, de vítimas, não para ser aplacado mas para satisfazer sua sede de misericórdia e de amor. O amor será o grande tema norteador da espiritualidade da carmelita descalça de Lisieux.
A História de uma Alma, autêntico best seller traduzido em 120 línguas, faz inveja a qualquer escritor. Quantas pessoas encontram nos escritos da pequena Teresa força para continuar o caminho. Em sua doutrina bebem os santos e os pecadores em cuja mesa ela gosta de se sentar. Os ateus buscam em seu livro consolo para suas noites escuras, nas quais não enxergam nada de Deus, embora sejam contemplados pelo mesmo Deus.
Além desta obra-prima da literatura espiritual, considerada uma das “sete maravilhas” da espiritualidade, Teresinha nos oferece poesias, cartas, peças teatrais, de onde transborda seu amor a Deus e ao próximo. Necessitamos hoje, mais do que nunca, nos colocar na escola dos santos simples que sabem falar ao coração mais do que à inteligência entupida de idéias e de auto-suficiência.
A Igreja, considerando sua importância na teologia e na espiritualidade, não encontrou dificuldades em proclamá-la “Doutora da Igreja” e doutora da ciência mais difícil, “Doutora da ciência do amor”, aquela ciência que não se aprende nos livros mas no discipulado de Jesus. Teresinha morre aos 24 anos, aos 30 de setembro de 1897, dizendo: “- Meu Deus, eu vos amo!” Foi proclamada Padroeira das missões pelo Papa Pio XI, que a chamava de estrela de seu pontificado, e Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II, aos 19 de outubro de 1997.
Quer conhecer mais sobre Santa Teresinha? Leia História de uma Alma e outras obras que você encontra em todas as editoras católicas.
“Sou de tal natureza que o temor me faz recuar; com o amor não somente avanço, mas vôo…” Santa Teresinha

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