terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Vicariato de Arapiraca traça programa de formação em conjunto para catequistas

      No último dia 17/12, na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Arapiraca, padres e leigos das paróquias do Vicariato de Arapiraca se reuniram para discutir e propor ações para adequar o Vicariato e suas paróquias a proposta diocesana de Iniciação Cristã.
      A reunião começou às 9 horas, com a oração inicial presidida por pe. Murilo (Concatedral), e logo após, foi feita uma breve explanação sobre a temática da Iniciação Crista por mons. Afrânio (Sagrado Coração de Jesus)  que encerrou com as perguntas-chave: Como trabalhar a iniciação cristã no vicariato? Como adequar as catequeses e os trabalhos pastorais das paróquias ao projeto de iniciação cristã?
      Após intensa discussão e participação de todos, aceitou-se a proposta de pe. Antônio (São José) e pe. Antenor (Carmo) de que é necessário que haja uma formação mais aprofundada dos catequistas e agentes de pastorais envolvidos no projeto catequético antes que se inicie a adequação das catequeses.
      O articulador da catequese no vicariato, Fabiano (Carmo), acrescentou que essa formação deveria ser profunda e gradativa, como também, que deveria envolver todos os catequistas do Vicariato, sem exceção.
Depois de muita análise, o grupo reunido chegou as seguintes conclusões para serem colocadas em prática imediatamente:

  1. Ficou determinado que nos meses de janeiro, fevereiro e março haverá uma esforço de formação coletiva para todos os catequistas, em datas e locais alternados, para que sejam apresentados a temática da Iniciação Cristã, ao Rica e a metodologia catequética de iniciação;
  2. Essa formação será organizada por uma equipe formada por padres e leigos que irá se reunir no dia 07/01/12, às 9 horas, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, para tratar dos assuntos referentes;
  3. As formações serão aos sábados, das 14h às 16h30m, nas datas e locais abaixo:
  • Dia 28/01 - Igreja Nossa Senhora do Carmo;
  • Dia 11/02 - Igreja de São José;
  • Dia 25/02 - Concatedral;
  • Dia 03/03 - Igreja Santo Antonio;
  • Dia 10/03 - Igreja Sagrado Coração de Jesus;
  • Dia 17/03 - Igreja N. Sra. do Carmo;
  • Dia 24/03 - Igreja São José;
  • Dia 31/03 - Concatedral.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A jóia do Hino de júbilo

Catequese de SS. Bento XVI, na Sala Paulo VI, sobre A ORAÇÃO.
Vaticano, 7 de dezembro de 2011






Queridos irmãos e irmãs!

     Os evangelistas Mateus e Lucas (cf. Mt 11, 25-30; e Lc 10, 21-22) deixaram-nos em herança uma «joia» da oração de Jesus, que muitas vezes é chamado Hino de júbilo, ou Hino de júbilo messiânico. Trata-se de uma oração de reconhecimento e de louvor, como pudemos ouvir. No original grego dos Evangelhos, o verbo com que este hino começa, e que expressa a atitude de Jesus quando se dirige ao Pai, é exomologoumai, traduzido frequentemente com «prestar louvor» (Mt 11, 25 e Lc 10, 21). Mas nos escritos do Novo Testamento, este verbo indica principalmente estas duas coisas: a primeira é «reconhecer até ao fundo» — por exemplo, João Baptista pedia que se reconhecesse até ao fundo os próprios pecados, àqueles que iam ter com ele para se fazer baptizar (cf. Mt 3, 6); a segunda coisa consiste em «estar de acordo». Portanto, a expressão com que Jesus dá início à sua oração contém o seu reconhecer até ao fundo, plenamente, o agir de Deus Pai e, ao mesmo tempo, o seu estar em total, consciente e jubiloso acordo com este modo de agir, com o desígnio do Pai. O Hino de júbilo constitui o ápice de um caminho de oração no qual sobressai claramente a profunda e íntima comunhão de Jesus com a vida do Pai no Espírito Santo, e manifesta-se a sua filiação divina.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Catequese e Liturgia - 4ª Reflexão

Amigos e amigas catequistas,
Segue abaixo a transcrição (com alguns cortes) de um texto muito bom sobre a espiritualidade do advento. O material foi extraído do site http://paroquiansconceicao.org.br/espiritualidade-da-liturgia-do-advento. Espero que o texto seja útil em suas reflexões e atividades...


ESPIRITUALIDADE DA LITURGIA DO ADVENTO


Como tudo começou:
No ano de 380, já o Sínodo de Saragossa prescrevia uma preparação de três semanas para Epifania (a apresentação de Jesus no templo). Antigamente, nessa data era celebrado também o Natal. E na França, o bispo Perpétuo dedicou seis semanas de preparação para o Natal. E existem relatos que o advento passou a ser vivido entre os séculos IV e VII.
Na Gália (França) e na Espanha, já no final do século IV começou a tomar forma com jejum, abstinência e uma duração de seis semanas como na quaresma. Essa preparação do natal era feita assim como preparação dos catecumenos para o batismo na festa da Epifania.
No final do século VII, em Roma, o advento passou a ser celebrado durante 5 domingos e foi acrescentado o aspecto escatológico, recordando a segunda vinda do Senhor.
Mais tarde o advento passou a ser celebrado em 4 semanas e no seus dois aspectos: a preparação para o Natal e a vinda definitiva do Senhor, pois a igreja percebeu que não podia celebrar a liturgia deixando de lado a dimensão escatológica,
Características do tempo do advento:
O tempo do advento é um tempo de esperança. É um convite a estarmos sempre alertas, preparando-nos para a vinda do Senhor. Essa preparação deve ser feita como se fosse a preparação de um casamento: assim como a noiva, a Igreja se prepara, esperando a chegada de Jesus, o o seu amado esposo.
O advento inicia às véspera do domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.
Nas duas primeiras semanas, observamos a segunda vinda de Jesus. Portanto, lembramos da promessa feita por Jesus, dizendo-nos para estamos sempre vigiando, prontos para a sua vinda gloriosa, onde Ele irá instaurar definitivamente o reino de Deus. As duas últimas semanas trabalham a preparação do Natal, lembrando a primeira vinda de Jesus.

Catequese e Liturgia - 3ª reflexão.

É tempo de espera, de esperança... É ADVENTO!!!

                          "O Advento é um tempo de esperança feliz, de arrumar a casa para esperar o Salvador que vem nos visistar e ficar no meio de nós." (Pe. Eliomar Ribeiro, SJ).


A palavra Advento vem do latim (adventus) e significa vinda, chegada, presença. Ela é utilizada pela Igreja para designar o período em que devemos nos preparar para celebrar o nascimento de Jesus. É a fase de preparação de quatro semanas que nos lembra a primeira vinda do Salvador feito homem ao mundo, e leva-nos a refletir sobre sua segunda vinda, no fim deste. É um tempo de conversão em que devemos preparar o nosso coração para que na Noite de Natal seja ele a manjedoura onde Jesus Menino fará morada.
Ao longo dos quatro domingos que antecedem a celebração do Natal, a liturgia nos apresenta Cristo da seguinte forma:

  • O Salvador do Mundo: como o viram os patricarcas;
  • A Luz do Mundo: como o anunciaram os Profetas;
  • O Cordeiro de Deus que tira o pecado do Mundo: como designou João Batista;
  • O Filho do Altíssimo: como contemplou Maria Santíssima.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

"A oração atravessa toda a vida de Jesus" - Bento XVI




Catequese de SS. Bento XVI, na Sala Paulo VI, sobre A ORAÇÃO.
Vaticano, 30 de Novembro de 2011

A oração atravessa toda a vida de Jesus

Queridos irmãos e irmãs,


           Nas últimas catequeses reflectimos sobre alguns exemplos de oração no Antigo Testamento, e hoje gostaria de começar a olhar para Jesus, para a sua oração, que atravessa toda a sua vida, como um canal secreto que irriga a existência, as relações e os gestos, e que O guia, com firmeza progressiva, rumo ao dom total de Si mesmo, segundo o desígnio de amor de Deus Pai. Jesus é o Mestre também das nossas orações, aliás, Ele é o nosso sustento concreto e fraterno, cada vez que nos dirigimos ao Pai. Verdadeiramente, como resume um título do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, «a oração é plenamente revelada e realizada em Jesus» (nn. 541-547). Nas próximas catequeses desejamos olhar para Ele.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Catequese e Liturgia - 2ª Reflexão


O tempo litúrgico

“Seguindo a sucessão de dias e noites e o movimento regular do sol, que põe ritmo evidente no nosso universo, o cristão se compraz em celebrar também ritmadamente o mistério de Cristo. O Senhor santificou todo o tempo e, por isso, todos os dias são santificados” (Animação da Vida Litúrgica no Brasil, 112).

O povo de Deus ao se encontrar em comunidade para celebrar a ação transformadora de Deus em sua história, celebra os mistérios da redenção, a herança histórico-litúrgica do povo hebreu, a vida e a fé dos primeiros seguidores de Jesus e a sua vida de seguidores da herança recebida. Ao participamos da missa, revivemos todo o mistério de Cristo, distribuído no decorrer do ano, o que a Igreja chama de ano litúrgico.
O ano litúrgico é o período em que a Igreja celebra, ao longo do ano, os principais fatos da história da salvação. Ele inicia com a preparação para a chegada do Messias, através da promessa de Deus e da palavra dos profetas, e conclui com a coroação de Cristo, como Reio do Universo. É a celebração do mistério de Cristo: da Encarnação ao Pentecoste, na espera de sua vinda gloriosa.
O calendário litúrgico se compões de dois grandes ciclos, permeados pelo Tempo Comum, onde cada ciclo se compõe de três momentos:
1 – Ciclo do Natal: Tempo do Advento, Natal e Epifania;
ð  Tempo Comum: da Festa do Batismo de Jesus até a terça-feira antes da Quaresma.
2 – Ciclo da Páscoa: Tempo da Quaresma, Tríduo Pascal e a Páscoa até o Pentecoste.
ð  Tempo Comum: Segunda-feira após a festa de Pentecoste até a véspera do primeiro domingo do Advento.

Catequese e Liturgia - 1ª Reflexão


Para início de conversar... vamos conceituar

Liturgia é uma junção de duas palavra gregas (Laós e Érgon) que significavam respectivamente POVO-ASSEMBLÉIA e AÇÃO-SERVIÇO-DINAMISMO. Posteriormente, os romanos traduziram essas palavras para o latim, no caso, Lit e Urgia, e o seu significado ampliou-se para o sentido de dinamismo e/ou ação pública em prol de um povo.
Os cristãos, posteriormente, aproveitaram essa palavra e conceito para o sentido de ação sagrada, onde a comunidade cristã se une para preparar e celebrar a ação transformadora e libertadora do Cristo Ressuscitado. É uma ação que deve manifestar a transformação individual e comunitária do novo povo de Deus (Eclésia).
Por ser uma ação eclesial (do povo de Deus reunido), nós afirmamos que quem celebra é o povo, a comunidade-assembléia reunida (é claro, presidido pelo sacerdote).
Dessa forma, podemos entender porque se afirma que a liturgia nasce da própria vida da comunidade. Ora, celebramos a ação de Deus na nossa história, na história do nosso povo ao longo dos tempos. A Celebração da Vigília Pascal no Sábado Santo, é exemplar nesse conceito, pois celebramos a ação de nosso Deus em toda a história da humanidade, em suas trevas e luzes, erros e acertos, onde podemos perceber a mão libertadora de Javé. É belíssimo o ritual do fogo novo e do acendimento do Círio Pascal, quando o presidente da celebração profere solenemente diante do Círio e da comunidade reunida ao redor do fogo novo:: “Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ômega. A Ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder pelos séculos sem fim”. E logo depois, adentra no templo com o canto do Exultet, onde mistagogicamente adentramos no mistério de sermos povo da nova aliança pel dom batismal.
Segundo Pe. Eliomar Ribeiro, em seu livro ‘Liturgia: festa da vida’, “na Liturgia Cristã celebramos todo o Mistério da vida de Jesus: sua vida, morte e ressurreição. Na ação litúrgica encontramos unidas dialeticamente as várias formas da Presença de Cristo: na Igreja reunida, na Palavra proclamada e na Eucaristia partilhada. A ‘Liturgia é a fonte e o cume de toda a vida da Igreja’ (Vaticano II). O mistério da vida de Cristo revela-nos o mistério da nossa própria vida. Celebrar a vida na Liturgia significa todo serviço, trabalho, ação, ofício de mulheres e de homens na relação com tudo que os rodeia, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, no dia-a-dia”.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A atualidade e importância da Catequese de Iniciação Cristão para a Igreja...


Nos séculos passados as Américas presenciaram uma intensa ação da Igreja entre seus povos. De tal forma que o anúncio explícito de Jesus Cristo e a pregação intensa do Evangelho tornaram a sociedade pagã em cristã: vivenciávamos o fenômeno da cristandade.
Nesse clima de cristandade tudo leva à prática cristã, não se faz necessário a existência do antigo modelo catecumenal de iniciação pois o grande esforço da ação da Igreja era alimentar e fortificar a fé.
A catequese, em geral para crianças, dedicava-se mais à doutrina, e não a proporcionar o encontro pessoal e transformador com Jesus Cristo. Não se falava em uma catequese que levasse o catequizando a uma adesão a Jesus Cristo, pois esta adesão já era suposta como fruto da ação da família e da sociedade cristã.
Todavia, o mundo mudou, saindo do eixo da religião para a secularização. De tal modo, que podemos dizer que o Evangelho já não permeia toda sociedade com a força que possuía anteriormente. Na verdade, em muitos lugares, notadamente nos grandes centros urbanos, já se vivencia uma espécie de pós-cristandade.
O que se percebe é que não foi o Evangelho que perdeu sua força de atração e transformação, mas sim a realidade eclesial (tanto Igreja-estrutura como Igreja-povo) que não soube se atualizar com relação as novas demandas da humanidade. A mensagem continuava essencial e vital, mas os meios e mecanismos de comunicação da mensagem se mostravam ineficazes pois tinham perdido a capacidade de interessar ao homem moderno.
A Igreja é afetada pelos problemas da sociedade moderna, suas angustias e aspirações, seus questionamentos e incertezas. Esta sociedade contemporânea racionalizou o divino e diversificou as experiências do sagrado conseguindo a façanha de produzir homens com forte tendência a religiosidade individualista mas com pouquíssima tolerância e abertura as religiões institucionais.
É claro que os cristãos, principalmente as novas gerações, foram profundamente influenciados por estes valores (ou melhor, contra-valores), onde podemos perceber várias situações paradoxais:
·         Inúmeros cristãos que não foram iniciados adequadamente na sua fé, tornaram-se como estrangeiros em sua própria terra, onde desconhecem a linguagem litúrgica, o sentido doutrinal e moral de sua fé, e infelizmente, os caminhos de comunicação com o seu Mestre;
·         Outros tantos não concluíram sua iniciação cristã, e por conseqüência, não conseguem dar o passo a mais, aquele passo tão importante para assumir os compromissos batismais implícitos em sua iniciação.
Diante de uma massa de cristãos omissos ou apáticos, a Igreja começou um processo de reflexão profunda sobre que fatores teriam gerado tal fenômeno, e o que poderia ser feito, como também, qual a forma da grande nau de Cristo entrar nos mares da modernidade sem perder a sua essência ou se descuidar de sua missão. Neste contexto, o Concílio Vaticano II representou este grande momento de reflexão e produção de luzes para caminhada futura da Igreja, a qual buscou retomar e renovar sua consciência missionária.
A Igreja sabe-o bem, ela tem a consciência viva de que a palavra do Salvador – “Eu devo anunciar a Boa Nova do reino de Deus” (Lc 4,43) – se lhe aplica com toda a verdade. [...] “Nós queremos confirmar, uma vez mais ainda, que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja”; tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgente. Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça, reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na santa missa, que é o memorial da sua morte e gloriosa ressurreição. (Evangelii Nuntiandi n. 14)
A Evangelização (proclamação da Boa Nova) retornou com plena força ao centro de toda ação da Igreja. Anunciar a pessoa de Jesus e sua Boa Nova a todos os povos, e agora mais do que nunca aos que já crêem (mas vivem como os que não crêem), é de importância vital e fundamental para a Igreja.
Afinal, “o desafio da Igreja é a evangelização do mundo de hoje, mesmo em territórios onde a Igreja já se encontra implantada há mais tempo. Nossa realidade pede uma nova evangelização” (Diretório Nacional de Catequese n. 29)
Evangelização, ou melhor, Querigma, é o primeiro anúncio, a proclamação fundamental da pessoa e da mensagem impactante e transformadora de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Proclamação tão forte e inovadora que provoca transformações profundas no interior do evangelizado, que o leva a querer mudar de comportamento, de mentalidade, de vida...
O acontecimento de Cristo é, portanto, o início desse sujeito novo que surge na história e a quem chamamos discípulos: “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”. Isso é justamente o que, com apresentações diferentes, todos os evangelhos nos têm conservado como sendo o início do cristianismo: um encontro de fé com a pessoa de Jesus. (Documento de Aparecida n.  243)
E a catequese, é claro, é essencial nesse processo, pois deve permitir a ressonância (fazer eco, fazer ressoar) desse anúncio primeiro, desenvolvendo-o, aprofundando-o, alimentando-o.
Mas eis o dilema atual, como fazer ressoar o silêncio? Como fazer ressoar a voz do divino Pastor se as ovelhas jamais a ouviram?
Afinal, para que haja catequese, é imprescindível a existência de um som, uma voz, um conteúdo prévio que torne possível o eco, a ressonância.
Durante décadas, a catequese partiu da suposição de que este som, este fundamento inicial, já foi colocado e, com a catequese, pretende-se desenvolvê-lo. Herdando uma situação de cristandade, nós supomos que nossos interlocutores (destinatários) comparecem à catequese já evangelizados, pelo menos através de suas famílias.
Neste contexto, compreende-se a preocupação demonstrada pelo episcopado latino-americano na Conferência de Aparecida:
A iniciação cristã, que inclui o querigma, é a maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e iniciá-lo no discipulado. (cf. 288)
Sentimos a urgência de desenvolver em nossas comunidades um processo de iniciação na vida cristã que comece pelo querigma e que, guiado pela Palavra de Deus, conduza a um encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito homem, experimentado como plenitude da humanidade e que leve à conversão, ao seguimento em uma comunidade eclesial e a um amadurecimento de fé na prática dos sacramentos, do serviço e da missão. (289)
Em consonância com este entendimento, pe. Luiz Alves[1] afirma que:
[...] dificilmente se poderá entender uma catequese que não seja precedida por uma ação de primeiro anúncio, de proclamação missionária, enfim, de uma proposta querigmática. O ensino doutrinal não pode ser considerado como catequese em sentido próprio, a não ser onde é dirigido a um grupo de crentes que já acolheram o querigma e professam as Escrituras como Palavra de Deus.
O DGC ressalta o “caráter missionário da atual catequese e a sua propensão em assegurar a adesão à fé, de catecúmenos e catequizandos, num mundo no qual o sentido religioso se obscurece” (29). A “acentuada característica missionária” (DGC 33) é o grande desafio para o futuro. De agora em diante “a catequese, junto com sua função de iniciação, deve assumir freqüentemente tarefas missionárias” (DGC 52), especialmente com jovens e adultos (DGC 185 e 276). Falar de tarefas missionárias significa falar da primeira proposta a ser feita para quem não conhece vitalmente Jesus Cristo, ou seja: anunciar o centro, o núcleo da fé cristã, o querigma.

             Por tudo o que tratamos acima, creio que é possível perceber a importância dos catequistas começarem a discutir e estudar sobre a Iniciação Cristã em estilo catecumenal e sua importância vital para a formação de cristãos verdadeiramente discípulos e seguidores de Cristo.
             Continuaremos mais tarde...


Fabiano Lucio

[1] LIMA, Luiz Alves de. O que é querigma? Texto impresso de palestra proferida no Instituto Superior de Catequese, Uruguai, 25/08/06.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Catecumenato - algumas considerações iniciais...




“Cristão não se nasce, torna-se”.
Tertuliano, teólogo cristão do séc. III.

Quando Tertuliano cunhou a frase acima, o cristianismo era uma religião em crescimento apesar da forte repressão conduzida pelo Império Romano.
Ser cristão era um ato de fé corajoso e perigoso, pois implicava constantemente na perspectiva de ter que testemunhar publicamente sua fé diante dos poderes instituídos por uma sociedade corrompida por velhos e desgastados valores que se mostravam hostis aos valores cristãos. E esse testemunho da fé e das razões de sua esperança, fazia com que os cristãos se sentissem mais intimamente ligados a Cristo e a sua missão.
Dessa forma, era comum que aqueles que eram levados aos tribunais romanos para serem condenados a morte em praça pública, nos anfiteatros ou no Coliseu, fossem louvando e testemunhando (martírio) sua fé no Salvador.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CRÔNICAS DA ASSEMBLÉIA DIOCESANA DE CATEQUESE – Parte IV


Arapiraca, 20 de novembro de 2011.

“Quero ouvir teus apelos Senhor, ao teu chamado de amor responder...”

O terceiro dia de assembléia foi marcado pelas decisões de ação pastoral para a catequese. O dia iniciou com a oração na Capela, onde foi refletida a temática da vivência da fé no ressuscitado e suas conseqüências na prática pastoral no mundo.
No plenário, os catequistas começaram a discutir sobre como implantar ao longo do ano de 2012, as orientações da Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011 a 2015).
Após discussões em plenário a Assembléia levou como propostas de ação:
 
1 - Igreja: casa da iniciação à vida cristã
         Rever o processo catequético existente, abandonando gradativamente o modelo de catequese ocasional e fortemente focada na catequese infantil;
         Estudar o RICA (Ritual de Iniciação de Cristãos Adultos);
         Estabelecer o processo de iniciação cristã em todas as esferas da catequese.
         Desenvolver o relacionamento solidário, comunitário e participativo de nossos catequistas.
 
2 - Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral
         Investir na formação bíblica de nossos catequistas;
         Prover a necessidade de bíblias para catequistas e catequizandos;
         Criar e fortalecer equipes de animação bíblica na catequese;
         Promover círculos bíblicos em pequenas comunidades: famílias, catequizandos, membros da comunidade;
         Incentivar a leitura orante entre catequistas e catequizandos;

Posteriormente, os participantes foram divididos em Vicariatos para traçarem as atividades que irão promover ao longo de 2012.
A assembléia encerrou com o momento de registro fotográfico do evento e o almoço.

“E pelo mundo eu vou, cantando o teu amor. Pois disponível estou para seguir-te Senhor!”

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CRÔNICAS DA ASSEMBLÉIA DIOCESANA DE CATEQUESE - Parte III

 Arapiraca, 19 de novembro de 2011.


"Deus chama a gente pra um momento, de caminhar junto com o seu povo. É hora de transformar o que não dá mais. Sozinho, isolado, ninguém é capaz."


A Assembléia Diocesana de Catequese retornou suas atividades no período vespertino extremamente animada. Os participantes ainda tinham em mente os questionamentos e perspectivas discutidos nos grupos de trabalho pelo horário da manhã.
Foram apresentadas as conclusões das discussões em plenário e mediante as intervenções de pe. Samuel (coordenador diocesano) os catequistas refletiram sobre as causas e consequências de cada situação nas atividades catequéticas.
Em resumo, os grupos trouxeram as seguintes análises:
PRINCIPAIS ENTRAVES A AÇÃO CATEQUÉTICA NAS PARÓQUIAS E VICARIATOS:
  1. Há uma necessidade real de se estabelecer um programa de formação para os catequistas nas paróquias e vicariatos de forma mais eficaz. Há muitas paróquias que não contam com uma formação organizada e profunda;
  2. As coordenações paroquiais de catequese sentem dificuldade de estabelecer a formação para os catequistas das zonas rurais, principalmente, aquelas mais distantes da sede;
  3. A cada ano, sente-se uma diminuição nos quadros da catequese em algumas paróquias. Segundo os grupos de discussão, percebe-se um crescente descomprometimento por parte dos novos catequistas e falta de motivação dos antigos;
  4. A grande maioria dos articuladores catequéticos dos vicariatos não conseguiram desempenhar suas funções como deveriam e/ou poderiam. Com exceção dos vicariatos de Penedo e Limoeiro de Anadia, os outros não conseguiram executar atividades comuns ou estabelecer a articulação e participação almejada;
  5. Muitas paróquias ainda não compreenderam bem como trabalhar a iniciação cristã em suas atividades catequéticas;
  6. O uso da Sagrada Escritura nas atividades catequéticas em algumas comunidades continua um sonho distante devido a falta de preparação e familiaridade dos catequistas no uso da Palavra, ausência de Bíblia para catequizandos, etc.;
Após a apresentação e discussão dos entraves, a assembléia chegou as primeiras conclusões sobre propostas de ação para a equipe diocesana e os vicariatos, a saber:
A - Organizar a estrutura catequética dos vicariatos através de:

  • Redefinir o papel do articulador catequético do vicariato;
  • Resgatar as reuniões com os coordenadores paroquiais nos vicariatos com o objetivo de conhecer melhor a realidade das paróquias e fortalecer os vínculos de fraternidade e solidariedade entre os catequistas;
  • Estabelecer calendário de visitas as paróquias;
  • Agendar encontros de formação com todos os catequistas dos vicariatos.

B - Com relação a formação, a equipe diocesana propôs a remodelação da estrutura de seus eventos para melhor atender as necessidades das catequeses paroquias.
Dessa forma, no ano de 2012, a Pastoral irá promover 03 encontros de formação sobre a temática da "iniciação cristã", 01 encontro de espiritualidade catequética (Retiro) e a Assembléia, no seguinte cronograma:

  • Dias 03 a 05 de fevereiro - 1º Encontro de Formação no CTD;
  • Dias 18 a 20 de maio - 2º Encontro de Formação no CTD;
  • Dias 17 a 19 de agosto - Retiro Catequético Diocesano no CTD;
  • Dias 19 a 21 de outubro - 3º Encontro de Formação no CTD;
  • Dias 14 a 16 de dezembro - Assembléia Diocesana de Catequese no CTD.

Ficou acordado que os Vicariatos deveriam realizar seus eventos de formação nos meses em que não houverem eventos diocesanos da Catequese.
Os trabalhos da tarde foram encerrados com a ida dos participantes para a Capela para participação da Celebração Eucarística das festividades de Cristo Rei, presidida por padre Samuel.

sábado, 19 de novembro de 2011

CRÔNICAS DA ASSEMBLÉIA DIOCESANA DE CATEQUESE – Parte II


Arapiraca, 19 de novembro de 2011.

“Indo e vindo, trevas e luz, tudo é graça, Deus nos conduz”

Com este mantra teve início as atividades do segundo dia de assembléia catequética na Capela. A oração da manhã foi dedicada a memória da bem aventurada Virgem Maria, onde foi meditada a temática de Maria como serva e missionária de Deus.

A manhã deste dia foi marcada por dois momentos fortes: um estudo sobre a importância da animação bíblica nas atividades catequéticas – repasse das conclusões do I Congresso Brasileiro de Animação Bíblica da Pastoral. Conduzido por Fabiano, o momento de reflexo utilizou de slide produzido pelo prof. Walmor da Silva. Esse momento produziu fortes reflexões sobre o papel da Sagrada Escritura na catequese das diversas paróquias.

No segundo momento da manhã, os catequistas foram divididos em 03 grupos que realizaram a discussão e reflexão de três perguntas:
  1. À luz do que vimos e ouvimos sobre a animação bíblica na pastoral, que desafios surgem para a nossa catequese nas esferas paroquiais e de vicariatos?
  2. Quais são os principais problemas encontrados pela catequese no seu dia-a-dia em sua paróquia?
  3. Como o vicariato deveria estar organizado para ajudar as paróquias a superarem seus desafios na catequese?



Os grupos produziram textos que foram discutidos no período da tarde.

CRÔNICAS DA ASSEMBLÉIA DIOCESANA DE CATEQUESE - Parte I


Arapiraca, 18 de novembro de 2011.

“De todos os cantos viemos para louvar o Senhor...”






Assim como na letra da canção, os catequistas vieram dos quatro cantos da Diocese para avaliar, planejar e celebrar fraternalmente. Vieram das regiões da Mata, do Agreste, do Litoral e do Baixo São Francisco. Vieram representando 17 paróquias, 06 vicariatos e todas as realidades catequéticas existentes.

Vieram inflamados pelo Espírito de transformação e mudança, guiados pela Estrela da Nova Evangelização, Maria, Senhora do Santo Rosário.

E começaram sua assembléia sob a condução do Divino Mestre, em uma Vigília Eucarística onde vivenciaram a mística do Pentecostes. Com cantos, orações e escuta da Palavra, os catequistas vivenciaram novamente a experiência do seu chamado, de sua vocação, de sua missão em suas comunidades paroquiais.

Após a adoração eucarística, ocorreu a abertura das atividades da assembléia na sala do plenário, onde foi apresentada a proposta de trabalho e os responsáveis pela condução desta: Pe. Samuel Ventura (Coordenador Diocesano) e Fabiano Lucio (Equipe de Formação).

E a jornada de atividades terminou com o sentimento de que há muito caminho para percorrer, mas que a vontade é tão grande quanto o percurso...