segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Estrutura Catecumenal - Parte I - O Pré-catecumenato

1º TEMPO – PRÉ-CATECUMENATO
 "É o tempo da evangelização em que, com firmeza e confiança, se anuncia o Deus vivo e Jesus Cristo, enviado por ele para a salvação de todos, a fim de que os não-cristãos, cujo coração é aberto pelo Espírito Santo, creiam e se convertam livremente ao Senhor, aderindo lealmente àquele que, sendo o caminho, a verdade e avida, satisfaz e até supera infinitamente a todas as suas expectativas espirituais." (RICA, n. 9, p. 19).
No modelo catecumenal, em qualquer época do ano, as pessoas que querem viver o processo são recebidos por um catequista. São também acompanhadas por um introdutor ou introdutora, vão entrando em contato com a comunidade e com o ministro ordenado. Faz-se o primeiro anúncio (ou o novo anúncio, dependendo do caso) do mistério de Cristo, no diálogo com a pessoa, sua cultura e experiência religiosa. Nos casos dos batizados, a aproximação (ou reaproximação) ao Senhor é decorrente do batismo recebido na infância e, eventualmente, dos outros sacramentos de iniciação já celebrados.
Esse é o tempo do despertar ou reavivar a fé em Jesus Cristo e a conversão, da percepção da função da Igreja. O caminhante é incentivado a viver a fé pela oração e pela mudança de relações com os outros e com a vida. Esperam-se pequenas atitudes que mostrem que isto está acontecendo. Os que vão alcançando esse estágio são convidados ao catecumenato. Os já batizados são incentivados a buscar o Sacramento da Reconciliação.
  "Da evangelização realizada com o auxílio de Deus brotam a fé e a conversão inicial, pela quais a pessoa se sente chamada do pecado para o mistério do amor de Deus. Aessa evangelização é dedicado todo o tempo do pré-catecumenato, para que se amadureça a vontade sincera de seguir o Cristo e pedir o Batismo." (RICA, n. 10, p. 19)
               Pe. Lelo (2005, p. 53) assim descreve esse tempo catecumenal:
               "Esse tempo privilegia as relações humanas calorosas, encontro real de amizade humana e tudo aquilo que seja expressão da acolhida da Igreja que valoriza aqueles que vêm ao seu encontro. O entrelaçamento da acolhida, do diálogo e da prece apresentará ao simpatizante o rosto da Igreja, e que a salvação não é uma ideologia..."
              "A pessoa é chamada a conhecer e a desejar viver com um sentido cristão, a aprender a conhecer a Cristo como aquele que 'satisfaz e até supera infinitamente a todas as suas expectiativas espirituais."
Rito de admissão ao catecumenato (1ª etapa) 

O chamado de Deus e a primeira adesão a Cristo, por parte dos candidatos, são marcados por uma primeira grande celebração, que é o rito de entrega no catecumenato. Nela, eles são assinalados com a cruz do Senhor, pois pela fé já participam do mistério da morte e ressurreição. Depois são convidados a entrar na igreja e a ouvir a Palavra de Deus junto com a comunidade. Recebem o Livro da Palavra como sinal de sua condição de ouvintes da Palavra. Assim são acolhidos no seio maternal da Igreja e reconhecidos como iniciantes no discipulado, catecúmenos.
 "Celebra-se o rito de admissão entre os catecúmenos quando as pessoas que desejam tornar-se cristãs, tendo acolhido o primeiro anúncio do Deus vivo, já possuem a fé inicial no Cristo Salvador. Por conseguinte, pressupõe-se que esteja terminada a primeira 'evangelização', haja um início de conversão, de fé e de senso eclesial, relações precedentes com o sacerdote ou alguns membros da comunidade e preparação para esse rito litúrgico." (RICA, n. 68, p. 35).
Os batizados, por sua vez, em tal celebração são acolhidos como membros da Igreja, catequizandos, fiéis que farão um percurso de intenso seguimento do Senhor. Alguns deles têm em vista o prosseguimento de sua iniciação pelos sacramentos da /confirmação e da Eucaristia. Outros, já confirmados e comungantes, ao fim do processo catecumenal renovarão de modo especial seus compromissos batismais diante da comunidade. Em ambos os casos, ao longo do catecumenato, reviverão a riqueza da iniciação cristã: “a fé infusa no Batismo deve crescer, chegar à maturidade e enraizar-se profundamente...” (RICA 296).
Prosseguiremos nas próximas postagens...
Fabiano Lucio
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Notas:
LELO, Antonio Francisco. A iniciação cristã: catecumenato, dinâmica sacramental e testemunho. São Paulo: Paulinas, 2005.

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